Wednesday, December 20, 2006

Hálito Frio: o Sopro de Satã


O Professor é um radical , incapaz de receber críticas. Minhas críticas eram em relação ao materialismo que reina em nossa sociedade, a competição por dinheiro não importando se a pessoa simplesmente é rica. Sendo rica, ela é taxada de exploradora. Sendo judia, mais ainda. A Educação Física, ciência voltada exclusivamente ao corpo, ao físico e à matéria onde o lado espiritual não é tido. O lado espiritual que simplesmente, em última instância significa Amor, Amor de Deus, a verdadeira obra.

Patrícia, em Asas da Mente, ao ver Deborah sentindo-se perseguida por vozes inconscientes que vinham da sua vivência na faculdade, declama o "Hálito Frio". Suas idéias foram rejeitadas. Ela apenas queria trazer mais espiritualidade para aquele meio. As vozes diziam: louca, exploradora, mercenária, judiazianha rica. Entra em cena a Poesia e declama o Sopro de Satã, o demônio que prende as pessoas ao materialismo:


O sopro de Satã no hálito da vida, provoca frio naqueles que insistem em congelar os sentimentos / Neva no ar do nosso ser uma dor fria / o gelo paralisa / a voz cala na garganta pela saliva em flocos / O sopro da morte anúncia que o fim é o silêncio da voz / o verbo quieto na rachadura do tempo. / Expulso da terra foi aquele que não ouviu sobre o amor / aquele que não sentiu uma única vez a verdadeira obra de Deus.


E a Espiritualidade diz: o maior perigo do materialismo não é em vida mas sim depois da morte pois se acreditamos que a vida é só matéria, nossa consciência ao morrermos ficará presa a matéria.


E é assim o arquétipo de Satã, ele expulso da presença de Deus, fica preso à matéria e quer escravizar os humanos à ela também. Ele faz com que nossa sociedade se ligue ao materialismo e principalmente ao dinheiro para que sintam junto com ele a angústia de ter sido expulso da presença de Deus. Satã fazia parte de uma hoste celestial antes disso e mandado à terra, privado da presença de Deus, ele se revolta e escraviza os seres humanos como vingança por eles terem sido a causa de todo o seu sofrimento.

O sopro que cala é o verbo quieto, contrário do Verbo de Deus, o Logos, a sabedoria. Ao podermos falar, podemos também expressar nossa sabedoria. A Deusa da Sabedoria também é Deusa do Amor. Sabedoria e Amor estão intimamente ligados. Por isso quem não conhece o verdadeiro Amor ou quem não o tem, fica como Satã, preso dentro de si mesmo, do seu corpo e de tudo o que o envolve externamente, numa frieza de alma, no vazio, trancado, sem poder se expressar, os seus sentimentos e a sua sabedoria.

E por isso nos vem todo o sofrimento de hoje em dia, o congelamento de nossas emoções, o não querer entrar em contato consigo mesmo, com coisas mais emotivas como poesias. Quando deixamos Poesias falar à nossa alma, no vêm lágrimas aos olhos. Essas lágrimas foram sentimentos contidos e que ao extravazarem com Poesias por exemplo, provocam catarses. A poesia quer falar direto para a Alma, libertá-la desse aprisionamento, dessa escuridão fria. Ela é entregue às pessoas como dádivas e só podem aproveitá-las quem se deixar penetrar e absorver por elas. Poesias são espíritos, cada uma delas fala de algo que faz parte de um imenso Amor. Por isso, a maioria das poesias falam de Amor, o amor e suas diversas interferências, principalmente as do poeta e de seus sentimentos.

Existem poesias mais racionais e estas estão ligadas à Sabedoria. Outras mais sentimentais e estas estão ligadas ao Amor. Minhas poesias vem das duas coisas juntas, ou seja, do inconsciente coletivo que em suma é Deus e deuses, os arquétipos, os mitos, tudo misturado. Estou tentando explicar-me, o que penso, o que sinto, o que vejo, o que me aconteceu ao escrevê-las. Muita gente assistiu à peça Asas da Mente e o que dizesseram sobre elas, é que são bem profundas e fortes. Eu explico que são profundas justamente por isso por virem do inconsciente, força essa imensurável que a loucura fez com que me invadisse, primeiramente de forma insurportável e com a ajuda de remédios, essa força pôde ser controlada. Como eu mesma falo no livro: Uma imagem de uma torneira que abriu jorrando água sem parar (água é símbolo do inconsciente) e aos poucos pude ir controlando esse fluxo, principalmente ao escrever.

Tenho a sorte de poder ter tido a chance de fazer isso e quero colaborar para que outras pessoas também consigam sem passar por todo sofrimento que passei. Espero estar sendo útil.

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