Tuesday, December 19, 2006


Pégasus


Guiada pela força de um cavalo, eu fui escrevendo Pégasus. Eu estava num estágio pré-surto de muita criatividade. Olhei para uma imagem de um centauro, meio homem, meio cavalo alado. Quis viajar em suas ancas e sentir-me um só com ele como num ato sexual. Queria ser levada para algum lugar na presença de um deus,voar, livre com os cabelos ao vento. Tudo se passava em minha mente, por isso: As Asas da mente..

Estava medindo nossas forças, as minhas e as do cavalo como numa balança que pesa os dois lados: o divino e o humano. Onde está o ódio e a guerra? Onde está o Amor e a paz? São forças contrárias que necessitam uma das outras para poder o mundo caminhar em direção à evolução e à presença divina, No caso Zeus , o deus da justiça.

Ele me enviara o seu Pégasus mitológico para fecundar uma viagem em direção à ele. Faria um julgamento: o homem a quem me dispunha amar, era como ele?

No Portal entre o mundo divino e humano, eu passei. Me vi na loucura de ser imortal com essa poesia. Ela atravessaria o tempo e o espaço e procuraria derrubar tabus: o Deus cavalo, pretensa hipótese para a insignificância do homem. O preconceito. É preciso improvisar, encontrar uma forma de dizer isso sem causar escândalo. Apenas nas Asas da mente da loucura isso seria possível.

Atravessar o divino e o profano, as portas da vida e da morte... Somente a galope isso é provável. Cavalgar, trotar, empinar, coicear, fazer qualquer coisa, tudo que se dispõe para um dia chegar do outro lado e ver que o mundo vale à pena. O sexo, o Amor, seja lá como for.


Poesia:


Pégue-me Azul, leve-me leve para o anil viril. Cavalgue minhas ancas, trote meus pés, balance minhas estruturas, voe meus cabelos: essas Asas da Mente. Quero sentir a voz do relincho de um deus na minha pele, estremecendo o olhar, ouvindo o ritmo do cavalgar, na hipnose do tempo, na conquista do espaço - passo a passo - Empine e coice como o pêndulo da balança que mede forças com a terra, derrubando tabus, lançando mão do improviso. Soprando o vento do ódio e da guerra. Trazendo o fogo do Amor e da Paz.


O que a Poesia me trouxe e ainda trará:


Na justiça divina, antes de chegar lá, haverá de se estremecer, ouvir o ritmo de um caminhar lento, o tempo não passará mas caminhará - passo a passo - sentirás como se duas forças te conduzissem, uma a fim de parar, esperar e outra a fim de avançar como numa estratégia de guerra na vida. Chegarás afinal na minha presença e eu te ofertarei meu Amor.

E Ela diz:

Pegue, o livro é seu. Leve-me leve. Sou Tua. Eu te ofertarei o Amor de Deus.


Seria meu próximo livro, azul?
Onde ele me levará? Leve....
Imagem: Bernardo de Gregório
Modelo: Alex lorenzo

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